Mudança. Essa foi a palavra de 2008 e é hoje a palavra para explicar o que está acontecendo com a arcaica "cadeia produtiva da música". O responsável por essa mudança, é um viciado em computador, ex-drogado, geek assumido, genial músico e fã da Apple.
Tret Reznor, é o líder do Nine Inch Nails (NIN), banda que faz um som voltado pro rock alternativo/ metal industrial. Além de querer soar diferente, Reznor, pensa e tenta a cada dia aos poucos, renovar e transformar a indústria da música, não só nos EUA, mas no mundo todo.
Ao perceber que havia algo de errado a sua relação com a gravadora:
("One of the biggest wake-up calls of my career was when I saw a record contract. I said, 'Wait - you sell it for $18.98 and I make 80 cents? And I have to pay you back the money you lent me to make it and then you own it? Who the f**k made that rule? Oh! The record labels made it because artists are dumb and they'll sign anything' - like I did. When we found out we'd been released (from their recording contract) it was like, 'Thank God!'. But 20 minutes later it was, 'Uh-oh, now what are we going to do?' It was incredibly liberating, and it was terrifying.")
Trent, não renovou seu contrato e decidiu, resolver seus problemas por conta própria. Como ele mesmo falou, músicos devem explorar outras maneiras de vender sua música, e não preferir acreditar na gravadora. “Como uma artista, você agora é um "marketeiro".”
Com esse pensamento, Reznor, começou a investir cada vez mais no meio digital. Remodelou totalmente o nin.com privilegiando a interativo, ou seja web 2.0. Com um a ajuda dos fãs, que funcionam como admistradores do site, ele se tornou um sucesso de acesso e referencia hoje para outras bandas que querem de alguma forma se criar tribos de seus fãs. Apesar de não concordar que as pessoas não devem pagar por música, viu a tendência e disponibilizou, show, CDs, vídeos, tudo que você possa imaginar de graça para seus fãs, a preço de um cadastro em seu site.
Em 2007 junto a empresa 42entertaiment criou um ARG (alternate-reality gama) para explicar seu álbum "Year Zero" e claro, o jogo foi um sucesso de participação. Começando ai, um experimento chamado de Fansourcing (fãs + crowdsourcing), que agora com o lançamento de sua App para o iphone, está cada vez mais inerente nos pensamentos sobre o futuro da industria da música.
O guru do marketing, Seth Godin, já dizia em seu blog:
"The important distinction here is that music labels used to be in the business of grabbing shelf space, on the radio and in the record store. Now, the music industry needs to realign and be in the business of finding and connecting and leading groups of people who want to follow a musician and connect with the other people who want to do the same... ".
É com esse pensamento que o NIN, lançou a sua inovadora app.
A blogueira Adriana Amaral, resumiu muito bem qual o sentido do aplicativo: "Ele permitirá a confluência entre todas as plataformas e distribuição de material midiático da banda com atualizações (fotos, vídeos, áudios) de fãs diretos dos shows e integração com o google maps, GPS, etc. O aplicativo também enfatiza a questão da conversação entre os fãs criando uma base de dados completa sobre o perfil do fã da banda (veja o vídeo abaixo para os detalhes) na qual eles podem localizar outros fãs dentro do sistema, em uma espécie de rede social móvel dos fãs da banda."
O vídeo ilustra perfeitamente como funciona o sistema, que tem tudo para dar certo.
Hoje, pode se ver, cada vez mais artistas saindo de suas gravadoras, e buscando novos, meios e mídias para divulgar e vender seu trabalho. Com essa visão, e já apadrinhado por Trent Reznor, criou-se a http://topspinmedia.com/about/ - uma empresa que "proporciona a artistas ferramentas para construírem modelos de negócios de sucesso. Como eles mesmo explicam:
"Topspin is a media technology company dedicated to developing leading-edge marketing software and services that help artists and their partners build businesses and brands. We help artists manage their catalogs, connect with fans, and generate demand for music."
Ame-o, odeio-o, seja ele um gênio, ou um palhaço qualquer, o cara ta buscando fazer algo, mudar um sistema que ninguém (ok, umas 50 pessoas no máximo) acredita mais. Um sistema que reluta em se atualizar como de novo aponta, Trent:
"Anyone who's an executive at a record label does not understand what the internet is, how it works, how people use it, how fans and consumers interact — no idea," he declares. "I'm surprised they know how to use e-mail. They have built a business around selling plastic discs, and nobody wants plastic discs anymore."
É assim que Trent Michael Reznor, começou uma revolução. Nunca sozinho, sempre tendo 2 fiéis e incomparáveis parceiros, o fã como um consultor, pensador, e criador de conteúdo e claro a internet e as mídias digitais. Trent Reznor é hoje o músico mais transmidiático ou panmidiático do mundo.
Nesta resposta, Reznor da dicas para bandas que querem usar a internet para divulgar seu trabalho e fala sobre seu aplicativo para Iphone:
A conversa da íntegra está aqui:
Fontes:
http://palavrasecoisas.blogspot.com/2009/04/o-modelo-de-fansourcing-do-nin.html
http://blog.wired.com/underwire/2009/04/trent-reznor-wa.html
http://www.wired.com/entertainment/music/magazine/16-01/ff_args
quarta-feira, 15 de abril de 2009
Uma Revolução Reznor
Postado por Unknown às 20:30
Marcadores: ambiente midiatico, cadeia produtiva, Comunidades Virtuais, Consumer Generated Midia, Conteúdo gerado pelo Usuário, design, indústria da música, Interatividade, nin, web 2.0
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
Oi Tomas, valeu a menção ai no post. Pois é, independente das pessoas gostarem ou não da música de Reznor ele tem acertado na mosca e deixou radiohead comendo poeira com suas estratégias. abs
é o cara realmente, ta foda, pensando muito alem de várias pessoas. E o melhor que ele não fica só pensando, ele põe em práticas suas idéias
Postar um comentário